terça-feira, 29 de junho de 2010

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Auto da Barca do Inferno I

PLANO DE AULA

Modalidade: 2.ª série do Ensino médio

Componente curricular: Língua Portuguesa

Tema: O triangulo amoroso entre Betinho, Capitu e Escobar, o papel desempenhado pela mulher na família, a educação da mulher, o casamento como possibilidade de aceitação social para a mulher, a função da moda, a moral sexual no século XIX.

Duração: 6 ou 7 aulas

Material pedagógico: som , CD, filme, quadro , pincel , xerox

COMPETENCIA:

Compreender as relações entre o texto literário e o contexto histórico, social, político e cultural, valorizando a literatura como patrimônio nacional.


HABILIDADE:

Identificar em um texto literário as relações entre tema, estilo e contexto histórico de produção;
Identificar categorias pertinentes para a análise e interpretação do texto literário e reconhecer os procedimentos de sua construção.

RESUMO DAS ATIVIDADES:

Atividade interativa de leitura e compreensão da obra literária “Dom Casmurro” de Machado de Assis;
Atividade visual: assistir o filme da obra;
Atividade de audição: ouvir o CD contendo a obra estudada;
Aplicação e verificação de conhecimento adquirido.

CONTEÙDO:

Análise da obra literária “Dom Casmurro” de Machado de Assis;
Gêneros textuais: filme, romance e historia contada;
O papel da mulher do século XIX na sociedade.

DESENVOLVIMENTO:

1.° PASSO: Antes de iniciar essa atividade , o professor deverá solicitar aos alunos a leitura da obra “Dom Casmurro” de Machado de Assis. Após a leitura será realizado um breve comentário da obra: enredo, personagens, narrador, tempo e espaço;
2.° PASSO: Assistir o filme baseado na obra de Machado de Assis. Após o termino, os alunos deverão relatar as diferentes e emoções entre a leitura da obra e o filme;
3.° Passo: Os alunos irão ouvir a obra.Apos o termino, os alunos deverão relatar as diferenças entre os três gêneros apresentado:romance, filme e áudio.Depois de recolhidas a s informações sobre os gêneros, convidar os alunos a observar no cartaz as característica de cada um e observando os acertos e erros.
4.º Passo: Aplicar uma atividade reflexiva sobre um capitulo da obra para verificar a compreensão das atividades aplicadas.


TEXTOS UTILIZADOS COMO SUPORTE PARA AS AULAS E AVALIAÇÃO

Saiba mais
• TEMPO PSICOLÓGICO: o tempo determinado pela memória, pela imaginação do narrador, sentido por cada um de nós. É o tempo característico do enredo não linear. O caráter rememorativo de D.Casmurro faz do tempo um elemento fundamental. Quando a narrativa começa, estamos diante de um tempo presente mais ou menos vago, um presente-passado ainda que próximo: “Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu”. Mais adiante, continua o narrador: “Um dia, há
bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu”. Pretende o narrador recuperar o tempo perdido: “o meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”, mas conclui da impossibilidade “Pois, senhor, não consegui recompor o
que foi nem o que fui” (...) “Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. “Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo”.
• FLASH-BACK - recurso narrativo que consiste em interromper a seqüência temporal para inserir o relato de eventos passados. Em D. Casmurro, encontramos o tempo da memória, o narrador personagem já velho pretende escrever sobre a sua juventude, rememora os fatos passados da sua vida, e, para isso, faz uma pausa no que está narrando e insere fatos que vêm à sua lembrança.
• LUGAR OU ESPAÇO - Nesse romance, o espaço tem importância fundamental. A história se passa em três locais: na rua de Matacavalos, na casa em que Bentinho viveu até se casar; depois do casamento, passa a viver com a sua mulher na rua da Glória; finalmente, na velhice, sozinho, no Engenho Novo.

Saiba mais

Em um texto de base narrativa, o conflito determina a estrutura do enredo: introdução ou apresentação, complicação (parte do enredo em que se desenvolve o conflito), clímax (momento culminante da história) e desfecho (desenlace ou conclusão).
Em D. Casmurro, o conflito gerador surge, no capítulo CXXIII, quando, no enterro de Escobar, Bentinho suspeita da traição de sua mulher com o seu melhor amigo. Daí por diante, o ciúme o corrói.



O papel desempenhado pela mulher na família

A urbanização da cidade do Rio de Janeiro e a intensificação da sua vida política, econômica e social datam da primeira década do século XIX com a chegada, em 1808, do Príncipe Regente, Dom João. No governo de Dom Pedro II (1840-1889), a cidade do Rio de Janeiro sofreu intensa transformação econômica e cultural que se refletiram na obra de Machado de Assis. Na sociedade brasileira do século XIX, a mulher ocupava uma posição secundária, inferior à do homem. A mulher da classe alta tinha a função de procriar, para assegurar herdeiros, e de administrar as tarefas do lar, além das sociais, participando de reuniões e festas. Tinha de ser submissa, bondosa,
destinada a ser mãe e esposa.As famílias de classe alta eram constituídas do pai, dos filhos, da mulher, muitas vezes de outros familiares, agregados e ainda de escravos e empregados domésticos livres. Já as de classe média eram formadas com a mesma estrutura da elite, porém sem agregados, nem empregados domésticos livres,
mas, sempre que possível, com algum escravo.
O negro no Brasil imperial, a não ser em casos excepcionais, como o de André Rebouças e o de José do Patrocínio, que transitavam na elite do Segundo Reinado, era um trabalhador escravizado que, em cidades como o Rio, exercia atividade profissional tanto doméstica, quanto a denominada “de ganho”,exercida na rua conforme se pode ver na obra de Debret. A situação da mulher negra, de convivência.
quase íntima com a família dos senhores, criava um vínculo muito próximo, sobretudo quando ela se tornava a ama de leite dos filhos de sua senhora.
A educação da mulher
A educação no Império era bastante deficiente, sendo o pouco que havia destinada aos homens. As mulheres não recebiam praticamente nenhuma instrução, tinham acesso apenas ao ensino elementar. Aprendiam a ler e a escrever em português e em francês, a costurar e as quatro operações, além de música, canto e dança. Em 1880, foi criada a Escola Normal para a formação de professores para o ensino primário, mas a maioria dos alunos da Escola Normal era do sexo masculino. A única profissão
aceita para as mulheres brancas era o magistério primário. A situação da mulher no Brasil, seja ela negra ou branca, só sofreu profunda transformação na conquista de direitos de cidadania com a Revolução de1930.
A mulher na legislação
O marido era o cabeça do casal, podendo somente após a sua morte ocupar a mulher essa posição. Cabia ao marido fixar o domicílio da família, autorizar a profissão da mulher e dirigir a educação dos filhos. No caso de adultério da mulher, o marido poderia matá-la e também ao adúltero. A mulher também não tinha direito de voto. Assim, a mulher não votava por não ter cidadania e não era cidadã porque não tinha o direito de votar. O voto feminino foi instituído no Brasil em 1932.
O casamento como possibilidade de aceitação social para a mulher
Nessa época, a aceitação social para a mulher estava associada ao casamento. Era essa a maior aspiração das moças. Se não casasse, teria de viver em casa dos pais - depender do pai economicamente, acompanhar a mãe às visitas e cuidar dos sobrinhos – ou de ingressar numa instituição religiosa. O convento também era usado pelo pai e pelo marido como uma espécie de casa de correção para a mulher de conduta moral indesejada. O casamento dos filhos era acertado pelos pais. O dote
levado pela filha era uma contribuição de seu pai para a sua subsistência.
A moral sexual
A atividade sexual se circunscrevia ao casamento monogâmico. Entretanto, havia uma grande diferença entre a conduta do homem e a da mulher, característica da estrutura familiar patriarcal. A mulher tinha de preservar a virgindade até o casamento e uma vez casada manter-se fiel ao marido. Já do homem não se exigia nem abstinência sexual antes nem fidelidade após o casamento. A relação sexual do homem fora do casamento se dava geralmente com escravas, empregadas e prostitutas. A mulher só
com grandes riscos poderia manter relações extraconjugais. O contato entre jovens antes do casamento se resumia a encontros aos quais deveria estar presente outra pessoa, e a comunicação acontecia através de flores, bilhetes, cartas. Nessa época, o casamento visava a interesses políticos e econômicos e não a afetivos.
A função da moda
Em casa, as mulheres vestiam roupas muito simples, mas em festas usavam roupas enfeitadas para torná-las atraentes. Os vestidos cobriam todo o corpo, tinham muitas anáguas e babados para aumentar as ancas e decotes ousados. Os pés eram considerados zonas eróticas. A mulher através das roupas e das jóias ostentava o status da família.


Os capítulos XXXII e CXXIII da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, publicada em 1899, dizem respeito à figura controvertida de Capitu, personagem-chave da narrativa. Inicialmente recordaremos, brevemente, a história desse romance de Machado, que é considerado o mais célebre da Literatura Brasileira.
A maioria das obras de ficção da segunda metade do século XIX teve como tema dominante o adultério, por influência do romance francês Madame Bovary, de Gustavo Flaubert, publicado em 1857. Grande parte da obra literária produzida por Machado aborda esse tema. Mas o adultério, em Dom Casmurro, se reveste de um dado peculiar por pairar, até o fim, a dúvida se a personagem foi ou não infiel ao marido. A existência de duas possibilidades de interpretação, que torna o romance estruturalmente
ambíguo, aliada a uma perfeição estilística na construção estética do texto, torna essa obra singular na prosa de ficção da Língua Portuguesa.
Bentinho e Capitu, personagens centrais do livro Dom Casmurro, crescem juntos e trocam desde cedo confidências de verdadeiros namorados. Entretanto, a mãe do menino sonhava em fazê-lo padre, e para isso toma as providências necessárias, que só não resultam no esperado porque José Dias, o agregado, intercede. Finalmente, Bentinho e Capitu casam-se e principiam uma vida que se diria feliz não
fosse a ausência de um filho. A amizade de Escobar, colega de Bentinho no seminário, e de Sancha, sua mulher, ameniza-lhes, porém, a solidão. Até que nasce um filho, Ezequiel. Este, crescendo, entra a manifestar espantosa capacidade de imitação, dirigida para as pessoas à volta, inclusive Escobar. Trespassado de ciúme, Bento rumina silenciosamente sua frustração. Certo dia, Escobar morre afogado, e ele vê no rosto de Capitu a confissão da culpa. Arquiteta o suicídio, mas resolve expulsar a mulher e o
filho de casa. Capitu falece anos depois na Europa, e Ezequiel, já moço, na Ásia.
(MOISÉS, Massaud. A Literatura através dos textos. 19 ed. São Paulo: Cultrix, 1996, p.276.)

Personagens da obra Dom Casmurro
Capitu, Capitolina, filha da família vizinha de D. Glória, namorada e depois esposa de Bentinho. Era ativa, dissimulada, astuta, forte, corajosa, reflexiva, independente. Mulher que continua atual em nosso tempo.
Bentinho, Bento Santiago ou Dom Casmurro. Como narrador-personagem, é através dele que se conhece o enredo. Na sua auto-análise, aparece obediente, fraco, dependente da mãe e a ela devotado, porém mais do que isso é o seu reconhecimento da fraqueza ante o poder avassalador de Capitu: “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem” (cap. XXXI).
Escobar, Ezequiel de Sousa Escobar, colega de Bentinho no seminário, depois o seu maior amigo. Casa-se com Sancha, grande amiga de Capitu. É o deflagrador da tragédia familiar ao se tornar suspeito de ser amante de Capitu e pai do seu filho. Sancha, mulher de Escobar. Aparentemente uma mulher simples, mas que acaba por exercer uma atração erótica em Bentinho. D. Glória, mãe de Bentinho, com os mesmos direitos das viúvas da época, administrava os bens da família e dirigia os serviços da casa, em que abrigou seus irmãos. José Dias, agregado, não tem posses e vive à sombra da opulenta família de Bentinho através de relações de favor. Tio Cosme, irmão de D. Glória e de tia Justina, também como ela viúva, vivia dos próprios rendimentos. Tia Justina, irmã de D. Glória, vivia de favor e por interesse da família.
D. Fortunata, mãe de Capitu, mulher simples, realista, sem grandes aspirações, cuidava dos serviços domésticos. Pádua, pai de Capitu; funcionário público com pequeno salário. Sonhador, aspirava melhorar a situação econômica da família. Ezequiel, filho de Bentinho e Capitu. Foi o pivô da separação de seus pais porque segundo Bentinho era filho de Escobar.
Saiba mais
As descrições físicas e psicológicas são utilizadas por Machado para apresentar os personagens ao leitor. Vocês vão ler um fragmento do romance Dom Casmurro em que se apresentam traços físicos e psicológicos de Capitu.
“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinham a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos.”
(Obra completa. Edição de Afrânio Coutinho. Rio de Janeiro: Aguilar, 1959, vol. 1, cap. XIII, p. 822-823)
Vocabulário:
Duraque - tecido muito forte e consistente, que se utilizava de modo especial no calçado de senhoras.

ATIVIDADE AVALIATIVA

Estudo do capítulo XXXII do romance Dom Casmurro



Texto

CAPÍTULO XXXII / OLHOS DE RESSACA


1. Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se
aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as coisas, como eu. É o que contarei no outro Capítulo.
Neste direi somente que, passados alguns dias do ajuste com o agregado, fui ver a minha amiga; eram dez horas da manhã. D. Fortunata, que estava no quintal nem esperou que eu lhe perguntasse pela filha.
— Está na sala penteando o cabelo, disse-me; vá devagarzinho para lhe pregar um
susto.
2. Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me. Este pode ser que não fosse; era um
espelhinho de pataca (perdoai a barateza), comprado a um mascate italiano, moldura tosca, argolinha de latão, pendente da parede, entre as duas janelas. Se não foi ele, foi o pé. Um ou outro, a verdade é que, apenas entrei na sala, pente, cabelos, toda ela voou pelos ares, e só lhe ouvi esta pergunta:
— Há alguma coisa?
— Não há nada, respondi; vim ver você antes que o Padre Cabral chegue para a lição.
Como passou a noite?
— Eu bem. José Dias ainda não falou?
— Parece que não.
— Mas então quando fala?
— Disse-me que hoje ou amanhã pretende tocar no assunto; não vai logo de pancada,
falará assim por alto e por longe, um toque. Depois, entrará em matéria. Quer primeiro ver se mamãe tem a resolução feita...
— Que tem, tem, interrompeu Capitu. E se não fosse preciso alguém para vencer já, e de todo, não se lhe falaria. Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar...? Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.
— Teimo; hoje mesmo ele há de falar.
— Você jura?
— Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.
3. Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e
dissimulada." Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para
mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
4. Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que
terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, – para dizer alguma cousa, – que era capaz de os pentear, se quisesse.
— Você?
— Eu mesmo.
— Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.
— Se embaraçar, você desembaraça depois.
— Vamos ver.
(ASSIS, Machado de. Op. cit. p. 842-843.)
Ampliando o vocabulário
agregado – aquele que vive numa casa como pessoa da família.
pataca – moeda brasileira de prata, valendo aproximadamente 320 réis.
mascate – vendedor ambulante.
logo de pancada – de repente.
matéria – assunto.
retórica dos namorados – linguagem própria dos namorados.
Dante Alighieri – famoso poeta italiano, autor da Divina Comédia, que viveu entre 1265-1321). O texto refere-
se aos padecimentos infligidos aos pecadores no Inferno, uma das três partes do poema.


Saiba mais
• TEMPO PSICOLÓGICO: o tempo determinado pela memória, pela imaginação do narrador, sentido por cada um de nós. É o tempo característico do enredo não linear. O caráter rememorativo de D. Casmurro faz do tempo um elemento fundamental. Quando a narrativa começa, estamos diante de um tempo presente mais ou menos vago, um presente-passado ainda que próximo: “Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu”. Mais adiante, continua o narrador: “Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de
Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu”. Pretende o narrador recuperar o tempo perdido: “o meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”, mas conclui da impossibilidade “Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui” (...) “Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo”.
• FLASH-BACK - recurso narrativo que consiste em interromper a seqüência temporal para inserir o relato de eventos passados. Em D. Casmurro, encontramos o tempo da memória, o narrador-personagem já velho pretende escrever sobre a sua juventude, rememora os fatos passados da sua vida, e, para isso, faz uma pausa no que está narrando e insere fatos que vêm à sua lembrança.
• LUGAR OU ESPAÇO - Nesse romance, o espaço tem importância fundamental. A história se passa em três locais: na rua de Matacavalos, na casa em que Bentinho viveu até se casar; depois do casamento, passa a viver com a sua mulher na rua da Glória; finalmente, na velhice, sozinho, no Engenho Novo.










Avaliação sobre o Livro: Título Dom Casmurro :Autor Machado de Assis
Série: 2.º MB 08
Aluno:
Professora: Zandra Cristina
Explorando o texto
1) Qual é o tema do capítulo XXXII?

2) O narrador inicia este capítulo dizendo ao leitor que em outros falará das curiosidades de Capitu. Neste, trata de que curiosidades?


3) Qual a passagem do texto que sugere ser Capitu uma pessoa de poucas posses?


4) O diálogo inicial entre Capitu e Bentinho transcorre sobre que assunto?


5) José Dias diz que Capitu possuía “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. O que sugere essa comparação.


6) Explique a definição dada por Bentinho sobre os olhos de Capitu ao chamá-los de “olhos de ressaca”.


7) O texto que vocês acabaram de ler é um capítulo do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Os romances são textos de base narrativa, isto é, há um narrador que conta uma história vivida por ele ou observada por ele. Neste romance, o narrador participa dos acontecimentos com dupla função. Retirem dos textos exemplos que comprovem ser o narrador também personagem.




8) Indiquem em que espaço físico se passam as ações do capítulo lido.




9) Destaquem do texto adjetivos usados pelo narrador para descrever a personagem Capitu.



10) Retirem do texto substantivos que se referem às partes do corpo de Capitu.



11) No texto, há várias passagens iniciadas por travessão. Expliquem o emprego desse sinal de pontuação.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O QUE É HIPERTEXTO?

O que é hipertexto?

No primeiro contado visual com a palavra HIPERTEXTO , imaginei que traria de um texto grande, pois a minha analise mentalmentel foi do prefixo hiper. Mas, após a leitura dos textos sobre o assunto , percebi o meu total equivoco na interpretação.Com essa conclusão ,notei a importância de buscar o conhecimento a respeito de qualquer assunto.

Após, as minhas leituras percepir que hipertexto já existia antes da revolução da informatica.Ele estava presente nas enciclopedias com outra natureza, claro.Portanto não sendo uma nomeclatura nova.

Na informatica o hipertexto são os meios (links) que utilizamos para estruturamos um site, blog.Todo site tem um mapa para orientar ou facilitar a navegação do internauta, pois , ele mostra de forma plana toda a imagem do site ou seja, mostra os links que tevo utilizar para alcançar o meu objetivo.Esse mapa é um hipertexto.

Em suas várias obras, Chartier raramente toca no nome hipertexto, embora cite inúmeras vezes a “textualidade eletrônica”. Em um dos poucos momentos em que adentra por esse conceito, em obra mais recente, arrisca que

O hipertexto e a hiperleitura que ele permite e produz transformam as relações possíveis entre a imagens, os sons e os textos associados de maneira não-linear, mediante conexões eletrônicas, assim como as ligações realizadas entre os textos fluidos em seus contornos e em número virtualmente ilimitado. Nesse mundo textual sem fronteiras, a noção essencial torna-se a do elo pensado como a operação que relaciona as unidades textuais recortadas para a leitura. (Chartier, 2002, p. 108-109)

Lévy é chamado a reforçar quase todos os trabalhos sobre hipertexto da contemporaneidade. Não seria aqui o lugar de faltar a citação mais famosa do filósofo francês, qual seja, aquela em que ele define, de maneira concisa, um hipertexto:

Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras,páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de reticular. Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira. (LÉVY, 1993, p. 33)

O hipertexto traz para o navegador um acesso facil e rápido a qualquer assunto.Pois ele não se limita só aquele conhecimento que o livro apresenta, ele mostra links que nos conduz a outros sites e ,logico a outras fontes de pesquisa.

Para estrurar o meu blog com certeza eu estarei utilizando o hipertexto, pois estarei colocando em prática tudo que aprendir na teoria.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Quem sou como professor e aprendiz?

cA busca do conhecimento se dar em todas as fases da vida. Começamos na infância e vamos ate a velhice.Pois , o ser humano necessidade de conhecimento,independente da sua idade.
O verdadeiro profissional é aquele que sempre está buscando algo que não dominem. O professor deve está em busca constante do conhecimento, pois ele e o mediador entre o conhecimento e o aluno. Lembrando que qualquer profissional necessidade de constante atualização, pois a visão do mundo muda; assim como as áreas do conhecimento também.
A escola tem o papel fundamental de sistematizar a aprendizagem. Só que a mesma deve ter um currículo adequado com as novas áreas de conhecimento.
Para que as novas tecnologias sejam utilizadas de maneiras adequadas, seria necessária uma postura de total interesse do professor e o aprendiz. Os mesmos devem utilizá-las com objetivo de buscar conhecimento.
Só há conhecimento se houve mudança do pensamento do aprendiz.